* Vera Daisy Barcellos
110 homens precisam sair para que seja cumprida a política de cotas no Congresso, alerta cientista política
Jussara Prá |
“Se fôssemos fiéis à política de 30% das cotas políticas, teríamos que tirar 110 homens e colocar mulheres no Congresso”, afirmou Jussara Reis Pra, doutora em Ciência Política pela USP - Universidade de São Paulo e Coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Mulher e Gênero da UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em sua palestra “Patamar da cidadania das mulheres no Brasil de hoje”, na abertura da 5ª Conferência Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, realizada na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, nos dias 19 e 20 de agosto.
Ao traçar a evolução do movimento de mulheres no Brasil, Jussara Pra reitera “as mulheres sempre estiveram fora das políticas públicas que, quando muito, são distributivas”. Mas salienta que, ao longo do tempo, o movimento de mulheres e feministas foi conquistando espaço no cenário brasileiro e suas participações foram fundamentais nas diferentes conferências mundiais das Nações Unidas realizadas nos anos de 1990, o chamado ciclo social da ONU. “Foi um momento em que as mulheres deram uma lição de cidadania”, enfatiza.
Em relação aos países vizinhos da América Latina, a palestrante considera que o Brasil está atrasado na inserção da mulher no poder, mas apresenta avanços como a Lei Maria da Penha, que em cinco anos, está sendo reconhecida pela população. Na opinião de Jussara Pra, a questão política não pode ficar de lado, a mulher precisa exercitar o poder, “devemos ver as políticas públicas na ótica feminista e dos direitos humanos”, diz. Segundo ela, “é preciso legitimar as demandas das mulheres”, mesmo reconhecendo que este processo é, ainda, muito recente no Brasil. ”Não temos acesso ao poder e, sim, a ações afirmativas e compensatórias”, pondera.
* Jornalista diplomada Reg. Prof. 3804.
Assessoria de Imprensa da Rede Feminista de Saúde
* Jornalista diplomada Reg. Prof. 3804.
Assessoria de Imprensa da Rede Feminista de Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário